Confetes, bolhas de sabão, pétalas de rosas, sparkles… As opções para fugir da clássica chuva de arroz são várias, mas vale apostar em borboletas voando por aí?!

 

Variar e sair da chuva de arroz depende apenas da criatividade dos noivos e cerimonialistas, mas você já pensou em uma verdadeira ‘libertação de borboletas’ no lugar dos pequenos grãos de arroz? Pois é… A moda já era bem conhecida no exterior. Empresas da Europa e dos Estados Unidos já estavam se especializando na criação de borboletas cujo objetivo era único: serem liberadas na natureza durante alguma celebração.


borboletas no casamento?

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A ideia foi acolhida por muitos casais mundo afora. E foi nesse ritmo que, aqui no Brasil, uma empresa especializada na criação de borboletas surgiu lá na Bahia: o Borboletário Encanto. O empreendimento não é tão novo assim: já está há três anos no mercado, mas apena há alguns meses conseguiu a liberação do IBAMA para criar e comercializar esses animais. Sara Tranhoz é a proprietária da empresa e, em maio deste ano, a dúzia de borboletas embaladas custava R$78,00 (sem o valor do frete incluso). Após o início das polêmicas, o site da empresa foi até retirado do ar!

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E se você está se perguntando como isso tudo acontece, calma que a gente explica. As borboletas são criadas em um borboletário especializado na criação desses animais. Após os dias necessários para eles se desenvolverem, o processo da diapausa entra no roteiro. A diapausa consiste, basicamente, em diminuir o metabolismo do animal. Ele pode ocorrer naturalmente em temperaturas frias. No caso dos borboletários focados nos eventos, a diapausa é induzida: as borboletas ficam um tempo na geladeira. Lá, elas “desmaiam” e podem ser contadas. Logo depois, elas são colocadas em caixas que serão enviadas para os compradores. Na hora de despertar, basta dar um leve soquinho na caixa que as borboletas acordam e voam por aí.

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A grande polêmica que envolve o assunto é: até que ponto isso é vantajoso e correto?! Segundo alguns biólogos, o processo da diapasia não causa trauma nas borboletas, mas o trajeto dos animais é que preocupa: nas viagens, muitas acabam morrendo. Além disso, os animais liberados acabam sobrevivendo na natureza entre 20 dias a um mês. Esse tempo pode causar certo desequilíbrio ambiental. Mas a grande questão é se o preço do casamento perfeito pode mesmo envolver esse processo todo. E aí, o que você pensa sobre o assunto?! É realmente um caso de mal trato às borboletas ou é ok usá-las para isso?

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1 Comentário

  • Albert Aguiar
    Postado 8 de dezembro de 2015 22:05 0Gosta de

    Bem Casados, Camila Agner. Parabéns por trazer a discussão para a região.

    Gostaria de compartilhar minha opinião como Biólogo para este texto, mas também como futuríssimo celebrante do meu próprio casamento.

    O erro na escolha da liberação de borboletas na celebração, em minha opinião começa em sua concepção, o casamento deve ser um momento de alegria e good vibes, isso simplesmente não combina com as borboletas, explico: a diversidade mundial de borboletas tem diminuído muito em função de ações antrópicas em todo o mundo. Historicamente as ‘fazendas’ para criação de borboletas visam a exibição pública, manutenção de espécies em cativeiro e criadores licenciados. O Museu de História Natural de Nova Iorque não apoia a soltura de borboletas (http://www.amnh.org/exhibitions/the-butterfly-conservatory/conservation) pelos seguintes motivos (trazidos pela associação norte americana ‘para borboletas) – http://www.naba.org/orgwed.html:

    i) A soltura de borboletas pode causar a introdução de espécies que não pertencem (ao seu local de casamento, por exemplo) trazendo desequilíbrio ambiental (leia-se disputa por alimento, fêmeas, território etc) – https://www.nwf.org/News-and-Magazines/National-Wildlife/Animals/Archives/1999/Captive-Butterfly-Threats.aspx

    ii) Essas espécies podem trazer novas doenças para uma região onde talvez não existam;
    iii) Mesmo que a espécie seja naturalmente encontrada na região onde será solta, diferenças genéticas podem causar efeitos negativos na população de borboletas local;
    iv) Quando a caixinha de borboletas forçadamente congeladas (ou quase) chegar, muitas delas estarão mortas, outras morrerão muito provavelmente após serem ‘lindamente soltas para a natureza”.

    A PETA (http://prime.peta.org/2010/02/the-truth-about-butterfly-and-dove-releases), associação para bons tratos animais também compila uma série de motivos em ser contra a prática. E a Agência de notícias de direitos animais (ANDA – http://www.anda.jor.br/12/12/2013/projeto-lei-protege-borboletas-capturadas-decoracao-eventos) traz o caso de São Francisco nos EUA onde essa prática foi banida por projeto de lei.

    Em resumo, a prática não é bacana, não fará seu casamento ser “ecologicamente correto” e o ‘efeito borboleta’ no final será um dos legados do seu casamento. Boa escolha e felicidades aos noivos.

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